Morro da Santa Cruz

Também conhecido como Morro Vermelho, este monte deu nome ao povoado devido à ausência de vegetação em parte de seu cume. Também conhecido como Morro da Santa Cruz, é o maior ponto de referência e orgulho da comunidade. Ao sopé desta montanha, passava a Estrada Real, por onde circulavam bandeirantes, fiscais, tropeiros e toda a sorte de gente, levando toneladas de ouro da Serra da Piedade, Caeté, Viracopos, Ribeirão Comprido e Cuiabá para o porto de Parati, no Rio de Janeiro, de onde seguiam para Portugal e toda a Europa. Mais à frente, pelo Caminho dos Emboabas, já no local chamado Retiro dos Capetas, ficava um posto fiscal da Coroa, onde a força policial dos Dragões Reais garantia a cobrança de altos impostos sobre o metal extraído e sobre animais, ferramentas, mantimentos e roupas que seguiam para as quase 800 minas de ouro da região.

Outro marco importante do monte eram as romarias religiosas centenárias. Grupos de católicos seguiam a pé do povoado até o cume do morro, onde reluzia um cruzeiro. Ali participavam de missa campal, que atraia gente de toda a região. Contam os mais antigos que os peregrinos conseguiam muitas graças com a caminhada até o alto do Morro Vermelho. A imponente cruz de madeira, com os símbolos do martírio de Jesus Cristo, era vista de todos os locais do distrito, mas acabou queimada por um raio, sendo substituída por uma cruz de metal de 15 metros, com iluminação especial, que pode ser avistada a longa distância.

O escritor, antropologista e estudioso inglês Richard Burton (1821/1890), no livro Viagem do Rio de Janeiro a Morro Velho (1867), descreve detalhes de sua rápida passagem pelo Morro Vermelho: “…Esse morro, realmente vermelho, e em forma de esfinge, ergue-se a suleste de Moro Velho; um raio destruíra, recentemente, seu cruzeiro…”.

A formação rochosa faz parte da Serra do Gongo Soco, do complexo Serra do Espinhaço, que se estende por toda a Região Central de Minas. Em busca do ouro, paulistas e ricos portugueses atingiram o Ribeirão Comprido também pelo caminho de Ouro Preto, passando por Rio Acima. Por este trecho, avistava-se um morro vermelho. Do planalto em redor do morro, as caravanas de bandeirantes, tropeiros, fiscais e autoridades se dirigiram por um lado para a Vila Nova da Rainha (Caeté), por outro para Sabará margeando o Ribeirão Comprido e ainda por outro caminho, pelo Cutão, para Raposos. A comunidade se organiza para reativar as peregrinações religiosas ao local.

Compartilhe esse conteúdo:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Confira também:

Parceiros

Notícias da Terra